UNIVERSO

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quinta-feira, 9 de março de 2017

DEUSA HÉCATE



DEUSA HÉCATE

Mirella Faur
O dia 13 de agosto era uma data importante no antigo calendário greco-romano, dedicada às celebrações das deusas Hécate e Diana, quando Lhes eram pedidas bênçãos de proteção para evitar as tempestades do verão europeu que prejudicassem as colheitas. Na tradição cristã comemora-se no dia 15 de agosto a Ascensão da Virgem Maria, festa sobreposta sobre as antigas festividades pagãs para apagar sua lembrança, mas com a mesma finalidade: pedir e receber proteção. Com o passar do tempo perdeu-se o seu real significado e origem e preservou-se apenas o medo incutido pela igreja cristã em relação ao nome e atuação de Hécate. Essa poderosa Deusa com múltiplos atributos foi considerada um ser maléfico, regente das sombras e fantasmas, que trazia tempestades, pesadelos, morte e destruição, exigindo dos seus adoradores sacrifícios lúgubres e ritos macabros. Para desmistificar as distorções patriarcais e cristãs e contribuir para a revelação das verdades milenares, segue um resumo dos aspetos, atributos e poderes da deusa Hécate.
Hécate Trivia ou Triformis era uma das mais antigas deusas da Grécia pré-helênica, cultuada originariamente na Trácia como representação arcaica da Deusa Tríplice, associada com a noite, lua negra, magia, profecias, cura e os mistérios da morte, renovação e nascimento. ”Senhora das encruzilhadas” - dos caminhos e da vida - e do mundo subterrâneo, Hécate é um arquétipo primordial do inconsciente pessoal e coletivo, que nos permite o acesso às camadas profundas da memória ancestral. É representada no plano humano pela xamã que se movimenta entre os mundos, pela vidente que olha para passado, presente e futuro e pela curadora que transpõe as pontes entre os reinos visíveis e invisíveis, em busca de segredos, soluções, visões e comunicações espirituais para a cura e regeneração dos seus semelhantes.
Filha dos Titãs estelares Astéria e Perseu, Hécate usa a tiara de estrelas que ilumina os escuros caminhos da noite, bem como a vastidão da escuridão interior. Neta de Nyx, deusa ancestral da noite, Hécate também é uma “Rainha da Noite” e tem o domínio do céu, da Terra e do mundo subterrâneo. “Senhora da magia” confere o conhecimento dos encantamentos, palavras de poder, poções, rituais e adivinhações àqueles que A cultuam, enquanto no aspecto de Antea, a “Guardiã dos sonhos e das visões”, tanto pode enviar visões proféticas, quanto alucinações e pesadelos se as brechas individuais permitirem.
Como Prytania, a “Rainha dos mortos”, Hécate é a condutora das almas e sua guardiã durante a passagem entre os mundos, mas Ela também rege os poderes de regeneração, sendo invocada no desencarne e nos nascimentos como Protyraia, para garantir proteção e segurança no parto, vida longa, saúde e boa sorte. Hécate Kourotrophos cuida das crianças durante a vida intra-uterina e no seu nascimento, assim como fazia sua antecessora egípcia, a parteira divina Heqet.
Possuidora de uma aura fosforescente que brilha na escuridão do mundo subterrâneo, Hécate Phosphoros é a guardiã do inconsciente e guia das almas na transição, enquanto as duas tochas de Hécate Propolos, apontadas para o céu e a terra, iluminam a busca da transformação espiritual e o renascimento, orientado por Soteira, a Salvadora. Como deusa lunar Hécate rege a face escura da Lua, Ártemis sendo associada com a lua nova e Selene com a lua cheia.
No ciclo das estações e das fases da vida feminina Hécate forma uma tríade divina juntamente com: Kore/Perséfone/Proserpina/Hebe - que presidem a primavera, fertilidade e juventude -, Deméter/Ceres/Hera – regentes da maturidade, gestação, parto e colheita - e o Seu aspecto Chtonia, deusa anciã, detentora de sabedoria, padroeira do inverno, da velhice e das profundezas da terra. Hécate Trivia e Trioditis, protetoras dos viajantes e guardiãs das encruzilhadas de três caminhos, recebiam dos Seus adeptos pedidos de proteção e oferendas chamadas “ceias de Hécate”.
Propylaia era reverenciada como guardiã das casas, portas, famílias e bens pelas mulheres, que oravam na frente do altar antes de sair de casa pedindo Sua benção. As imagens antigas colocadas nas encruzilhadas ou na porta das casas representavam Hécate Triformis ou Tricephalus como pilar ou estátua com três cabeças e seis braços que seguravam suas insígnias: tocha (ilumina o caminho), chave (abre os mistérios), corda (conduz as almas e reproduz o cordão umbilical do nascimento), foice (corta ilusões e medos).
Devido à Sua natureza multiforme e misteriosa e à ligação com os poderes femininos “escuros”, as interpretações patriarcais distorceram o simbolismo antigo desta deusa protetora das mulheres e enfatizaram Seus poderes destrutivos ligados à magia negra (com sacrifícios de animais pretos nas noites de lua negra) e aos ritos funerários. Na Idade Média, o cristianismo distorceu mais ainda seus atributos, transformando Hécate na “Rainha das bruxas”, responsável por atos de maldade, missas negras, desgraças, tempestades, mortes de animais, perda das colheitas e atos satânicos. Essas invenções tendenciosas levaram à perseguição, tortura e morte pela Inquisição de milhares de “protegidas de Hécate”, as curandeiras, parteiras e videntes, mulheres “suspeitas” de serem Suas seguidoras e animais a Ela associados (cachorros e gatos pretos, corujas).
No intuito de abolir qualquer resquício do Seu poder, Hécate foi caricaturada pela tradição patriarcal como uma bruxa perigosa e hostil, à espreita nas encruzilhadas nas noites escuras, buscando e caçando almas perdidas e viajantes com sua matilha de cães pretos, levando-os para o escuro reino das sombras vampirizantes e castigando os homens com pesadelos e perda da virilidade. As imagens horrendas e chocantes são projeções dos medos inconscientes masculinos perante os poderes “escuros” da Deusa, padroeira da independência feminina, defensora contra as violências e opressões das mulheres e regente dos seus rituais de proteção, transformação e afirmação.
No atual renascimento das antigas tradições da Deusa compete aos círculos sagrados femininos resgatar as verdades milenares, descartando e desmascarando imagens e falsas lendas que apenas encobrem o medo patriarcal perante a força mágica e o poder ancestral feminino. Em função das nossas próprias memórias de repressão e dos medos impregnados no inconsciente coletivo, o contato com a Deusa Escura pode ser atemorizador por aceder a programação negativa que associa escuridão com mal, perigo, morte. Para resgatar as qualidades regeneradoras, fortalecedoras e curadoras de Hécate precisamos reconhecer que as imagens destorcidas não são reais, nem verdadeiras, que nos foram incutidas pela proibição de mergulhar no nosso inconsciente, descobrir e usar nosso verdadeiro poder.
A conexão com Hécate representa para nós um valioso meio para aceder a intuição e o conhecimento inato, desvendar e curar nossos processos psíquicos, aceitar a passagem inexorável do tempo e transmutar nossos medos perante o envelhecimento e a morte. Hécate nos ensina que o caminho que leva à visão sagrada e que inspira a renovação passa pela escuridão, o desapego e transmutação. Ela detém a chave que abre a porta dos mistérios e do lado oculto da psique; Sua tocha ilumina tanto as riquezas, quanto os terrores do inconsciente, que precisam ser reconhecidos e transmutados. Ela nos conduz pela escuridão e nos revela o caminho da renovação.
Porém, para receber Seus dons visionários, criativos ou proféticos precisamos mergulhar nas profundezas do nosso mundo interior, encarar o reflexo da Deusa Escura dentro de nós, honrando Seu poder e Lhe entregando a guarda do nosso inconsciente. Ao reconhecermos e integrarmos Sua presença em nós, Ela irá nos guiar nos processos psicológicos e espirituais e no eterno ciclo de morte e renovação. Porém, devemos sacrificar ou deixar morrer o velho, encarar e superar medos e limitações; somente assim poderemos flutuar sobre as escuras e revoltas águas dos nossos conflitos e lembranças dolorosas e emergir para o novo.

Hécate era uma divindade noturna, da vida e da morte. Era chamada de “A Mais Amável”, “Rainha do Mundo dos Espíritos”, “Deusa da Bruxaria”.
Era a mais antiga forma grega da Deusa Tríplice, que controlava o Paraíso, o Submundo e a Terra.

É uma Deusa tricéfala grega, Deusa da Lua Minguante, guardiã das encruzilhadas, senhora dos mortos e rainha da noite. Ela era homenageada com procissões em que se carregavam tochas e oferendas para as conhecidas "ceias de Hécate".
É conhecida como uma Deusa "escura" por seu poder de afastar os espíritos maléficos, encaminhar as almas e usar sua magia para a regeneração. Invocava-se a sua ajuda em seu dia (13 de Agosto) para afastar as tempestades que poderiam prejudicar as colheitas.

Especialmente para os trácios, Hécate era a Deusa da Lua, das horas de escuridão e do submundo. Parteiras eram ligadas a ela. Era conhecida entre as Amazonas como a Deusa da Lua Nova, uma das três faces da Lua e regente do Submundo.

A lenda não é clara quanto à sua origem. Alguns mitos dizem que Hécate era filha dos titãs Tártaros e Noite; outras versões dizem ser de Perseus e Astéria (Noite-Estrelada), ou de Zeus e Hera. Sabemos que seu culto não se originou na Grécia. Lendas de Hécate eram contadas por todo o Mediterrâneo.

No início, Hécate não era uma Deusa ruim. Após a queda do matriarcado, os gregos a cultuavam como uma das rainhas do Submundo e governante da encruzilhada de três caminhos.

Um de seus animais sagrados era a rã, um símbolo da concepção. Era chamada de A Deusa das Transformações, pois regia várias passagens da vida, e podia alterar formas e idades. Outro animal sagrado era o cão.

Hécate era considerada como o terceiro aspecto da Lua, a Megera ou a Anciã (Portadora da Sabedoria). Os gregos chamavam-na de A Megera dos Mortos. Aliada de Zeus, ela era acompanhada por uma matilha de lobos.

Como aspecto da deusa Amazona, a carruagem de Hécate era puxada por dragões. Outros de seus símbolos eram a chave e o caldeirão. As mulheres que a cultuavam normalmente tingiam as palmas de suas mãos e as solas dos pés com hena. Seus festivais aconteciam durante a noite, à luz de tochas. Anualmente, na ilha de Aegina no golfo Sarônico, acontecia um misterioso festival em sua honra.

Essa era uma Deusa caçadora que sabia de seu papel no reino dos espíritos; todas as forças secretas da Natureza estavam sob o seu controle. Os gregos e trácios diziam que ela controlava o nascimento, a vida e a morte.

Hécate era considerada a patrona das sacerdotisas, Deusa das feiticeiras. Estava associada à cura, profecias, visões, magia, Lua Minguante, encantamentos, vingança, livrar-se do mal, riqueza, vitória, sabedoria, transformação, purificação, escolhas, renovação e regeneração.

Como Senhora da Caçada Selvagem e da feitiçaria, Hécate era a princípio uma divindade das mulheres, tanto para cultuar como para pedir auxílio, e também para temer caso alguém não estivesse com sua vida espiritual em ordem.
Ervas:

salgueiro, teixo, mandrágora, cíclame, menta, cipreste, tamareira, gergelim, dente-de-leão, alho, carvalho, cebola.

Elementos: água e terra

Cores: preto, azul, vermelho, branco, dourado, cinza.

Pedras: ônix, turmalina negra.

Dia da semana: sábado ou segunda-feira

Mês do ano: Agosto

Dias de honra a Hécate:
31/01, 27/02, 04/03, 13/08, 21/09, 31/10, 01/11, 07/11, 16/11.

Festas de Hecate: Hécate era adorada tanto pelos gregos como pelos romanos, e tinham suas próprias festas dedicadas a ela. Segundo Ruickbie, os gregos guardavam dois dias consagrados a Hécate, um o 13 de Agosto e outro o 30 de Novembro. Os romanos consideravam o 29 de cada mês consagrado a ela.

Lua: minguante e nova (luas negras)

Associações: trabalhos psíquicos, mistérios e segredos profundos e escondidos, predição, feitiços e transes

Animais: mariposa, cão, loba
Nomes e epítetos de Hecate

Ctonia (Χθονια, ‘da terra’)
Crateis (‘poderosa’)
Enodia (Ενοδια, ‘dos caminhos’)
Antania (‘inimiga da humanidade0’)?
Curótrofa (Κουροτροφος, ‘ama dos jovens’)
Artemisia das encruzilhadas
Propylaia (‘[a que está] adiante da porta’)
Propolos (‘a que dirige’)
Phosphoros (‘que traz a luz’)
Soteira (‘salvadora’)
Prytania (‘rainha dos mortos’)
Trioditis (grego) ou Trivia ( latim, ‘dos três caminhos’)
Klêidouchos (‘guardiã das chaves’)
Tricéfala ou Tríceps (‘de três cabeças’)
Triformis (‘de três formas’)
Outras Versções de Hécate:
A triplicidade de Hécate mostra seu domínio sobre três mundos, que penetra e une os três reinos: Céu, Terra e Inferno.


Deusa das encruzilhadas:
Hécate tinha um papel especial nas encruzilhadas de três caminhos (ou trivios), onde os gregos situavam postes com máscaras da cada uma de suas cabeças olhando em diferentes direções.

A função de Hécate nas encruzilhadas provém de sua esfera original como deusa das terras selvagens e as zonas inexploradas. Isto levava a realizar sacrifícios para viajar com segurança por estes territórios. Este papel tem relação com o de Hermes, deus das fronteiras.

Hécate é a versão grega da Trívia (‘três caminhos’) da mitologia romana. No século VII, Elegio acostumava a recordar em sua recém convertida congregação de Flandres: que nenhum cristão deveria prestar ou guardar devoção alguma aos deuses dos trívios, onde três caminhos se cruzam, aos faunos ou as rochas, ou fontes ou arboledas ou esquinas.

Hécate era a deusa que aparecia com mais frequência em textos mágicos como os papiros mágicos gregos e as defixios, junto com Hermes.


Rainha das bruxas:
Nos oráculos caldeus que foram editados em Alexandria, foi também associada com um labirinto serpentino ao redor de uma espiral, conhecido como roda de Hécate (o Strophalos de Hécate, verso 194 da tradução de 1836 de Isaac Preston Cory). O simbolismo alude ao poder da serpente para renascer, ao labirinto de conhecimento através do qual Hécate guia à humanidade e ao lume da própria vida: Os seios produtores de vida de Hécate, esse Lume Vivente que se viste a si mesma de Matéria para manifestar a Existência (verso 55 da tradução de Cory dos oráculos caldeos).
Em O Evangelho das Bruxas compilado por Charles Leland (1899) descrevem-se os remanescentes de uma tradição de bruxaria italiana, incluindo um culto a Diana parecido ao de Hécate. É discutível se o Alvo representado na obra de Leland é em realidade Hécate ou não. Ainda que Diana costuma ser muito identificada com Artemisa, não se representa em O evangelho como a do culto romano. Por exemplo, diz que Diana sempre tem um cão a seu lado, sendo Hécate famosa por sua relação com os cães.


Rainha dos mortos:
Rainha dos Fantasmas é um título associado com Hécate devido à crença de que podia tanto evitar que o mau saísse do mundo dos espíritos, como também permitir que dito mau entrasse. Hécate, pois, tinha um papel e poder especial nos cemitérios. Guarda os caminhos e caminhos que se cruzam. Sua associação com os cemitérios também teve muita importância na ideia de Hécate como Deusa Lunar.
As folhas do álamo negro são escuras por uma cara e claras pela outra, simbolizando o limite entre os mundos. O teço tem estado associado desde faz muito no Infra-mundo.

Seus Símbolos - Deusa Hécate

- as tochas que nos iluminam e nos guiam pela escuridão,
- a chave que abre os portais entre os mundos,
- o açoite que disciplina e purga,
- o punhal que corta o ar do círculo mágico, e
- o prato de libação cheio de um elixir misterioso.

A triplicidade de Hécate mostra seu domínio sobre três mundos, que penetra e une os três reinos: Céu, Terra e Inferno.

"Eu lhe exalto, adorável triforme Hécate Enodia”,
velada em açafrão, de Céu, Terra e Mar,
que celebra a Bacanália na tumba,
com as almas dos mortos;
filha de Perses, amante de solidão, honrada com bolos,
noturna, protetora dos cães, soberana invencível,
anunciada pelo rugido das bestas selvagens,
rainha portadora das chaves de todo o cosmos".
(Hino Órfico à Hécate).
Hécate é o arquétipo mais incompreendido da mitologia grega. Ela é uma Deusa Tríplice Lunar vinculada com o aspecto sombrio do disco lunar, ou seja, o lado inconsciente do feminino. E, representa ainda, o lado feminino ligado ao destino. Seu domínio se dá em três dimensões: no Céu, na Terra e no Submundo. Hécate é, portanto, uma Deusa lunar por excelência e sua presença é sentida nas três fases lunares.

A Lua Nova pressupõe a face oculta de Hécate, a Lua Cheia vai sendo aos poucos sombreada pelo seu lado escuro, revelando o aspecto negativo da Mãe. E a Lua Minguante revela seu aspecto luminoso. É preciso morrer para renascer.

Esta Deusa ainda permanece com o estigma de ser uma figura do mal. Essa percepção foi particularmente consolidada na psique ocidental durante o período medieval, quando a igreja organizada projetou este arquétipo em simplórias pessoas pagãs do campo que seguiam seus antigos costumes e habilidades populares ligados a fertilidade. Estes indivíduos eram considerados malévolos adoradores do “demônio”. Hécate era então, a Deusa das bruxas, Padroeira do aspecto virago, mas nos é impossível termos uma imagem clara do que realmente acontecia devido às projeções distorcidas, aos medos íntimos e inseguranças espirituais destes sacerdotes e confessores cristãos.

Em épocas primevas, antes do patriarcado ter se estabelecido, é mais fácil descobrir a essência interior do arquétipo Hécate e relacionar-se com ele. Hécate está vinculada com as trevas e com o lado escuro do Lua. A Lua, na verdade, não possui luz própria. A luz que se projeta na Lua é a luz solar. Logo, a Lua Cheia é a Lua vista pela luz do Sol. A Lua Nova Negra é, portanto, a verdadeira face da Lua.

Hécate costuma ser considerada uma Deusa lunar tríplice: Àrtemis, a virgem, personificava a Lua Crescente que renascia; Hécate personifica a escura Lua Nova e Selene, ou Deméter, eram a Lua Cheia. Ou, como as forças da Lua em vários reinos: Selene no Céu, Ártemis na Terra e Hécate no Mundo Inferior.

Sófocles retrata a Ártemis a imagem e semelhança de Hécate, quando a denomina a "flecheira dos cervos, a que porta uma tocha em cada mão". Em Áulide havia duas estátuas de pedra de Ártemis, uma com arco e flecha e outra com tochas. Parece como se a Deusa originária da lua contivesse o aspecto escuro e luminoso em uma só unidade.

Hécate seria uma projeção de Ártemis, pois a luz pressupõe a sombra. O lado visível da Lua, o lado de Ártemis, que reflete a vida em pleno vigor, pressupõe o lado de Hécate, o lado oculto da lua, o lado da sombra e da morte; a polaridade negativa, o impedimento para a realização, o lado inconsciente.

O perigo que pode ocorrer quando esse lado sombrio se constela é o de que a energia psíquica seja posta a serviço da morte e da doença.

Hécate, Rainha da Noite, como a chama a poetisa Safo, leva uma diadema brilhante e duas tochas ardentes nas mãos, olhos resplandecentes da escuridão. Talvez se trate de uma imagem da intuição que presente à forma das coisas, mas que todavia, é invisível. Isso explicaria por que, junto com Hermes, deus da imaginação, é guardiã das cruzes dos caminhos, onde não se sabe qual é a direção "correta". Seus companheiros eram os cães, animais que seguem uma rastro "cegamente". Nos lembra o chacal Anubis do submundo egípcio, que podia distinguir o bom do mal, e o Cérbero, o cão de três cabeças que guardava as portas do submundo da antiga Grécia.

Hécate nos revela, os caminhos mais escondidos e secretos do inconsciente, os sonhos guardados, o lado dos desejos mais ocultos. A Lua Crescente, com suas fases clara e escura, também nos sugere esse domínio do feminino.

O lado de Hécate ainda, traz um potencial para a fertilização, desde que seja encaminhado para este fim. A doença pode ser uma via para a saúde e a morte para servir de adubo para a vida.

O feminino tem um movimento livre dentro do reino oculto. O terreno da magia pertence ao feminino. O masculino está ligado aos aspectos mais claros, mais visíveis, mais objetivos. O campo de ação da ciência pertence ao reino masculino.

Hécate é a Deusa que pode conduzir aos caminhos mais difíceis e perigosos, aos abismos e às encruzilhadas da própria psique. A sua função é de guia dentro do reino oculto da alma.

A Terra é o grande inconsciente uterino de onde brota toda a semente. É também o lugar para onde tudo retornará. Nesse inconsciente crônico a vida e a morte coexistem em um mesmo processo cíclico. Deste modo, o "ser" e o "não ser" podem viver sem conflito.

Hécate é uma antiga Deusa de estrato pré-grego de mitos. Os gregos tiveram dificuldade em enquadrá-la em seu esquema de Deuses, mas terminaram por vê-la como filha dos titãs Perseus e Astéria, Noite Estrelada, que era irmã de Leto, que por sua vez, era mãe de Ártemis e Apolo. A avó de Hécate era Febe, uma anciã titã que personificava a Lua. Dizia-se que Hécate seria uma reaparição de Febe, e portanto uma Deusa Lunar, que se manifestava na lua escura.

Outras tradições tomaram-na por uma Deusa mais primal, fazendo dela irmã de Erebo e de Nix (a Noite).

Zeus deu-lhe um lugar especial entre os Deuses, porque, embora ela não fosse membro do grupo olímpico, permitiu-lhe o domínio sobre o Céu, a Terra e o Mundo Inferior. Ela é, pois, a doadora da riqueza e de todas as bênçãos da vida cotidiana.

Na esfera humana, cabia-lhe presidir os três grandes mistérios do nascimento, da vida e da morte. Seu nome significa "a distante, a remota", sendo ela vista como protetora dos lugares remotos, guardiã das estradas e dos caminhos.

Seu aspecto tríplice tornava-a especialmente presente nas encruzilhadas, ou seja, na convergência de três caminhos. Nesses locais, os gregos podiam encontrar-se com facilidade com Hécate, razão por que os consideravam sagrados, erigindo aí com freqüência estátuas tricéfalas chamadas Hecatéias. Também deixavam oferendas do seu alimento ritual, o "almoço de Hécate", nessas encruzilhadas durante seus festivais especiais.

Os três símbolos sagrados de Hécate são:

-a Chave, por ser ela carcereira do Mundo Inferior;
-o Chicote, que revela o seu lado punitivo e seu papel de condutora das almas;
-e o Punhal, símbolo de seu poder espiritual, que mais tarde tornou-se o Athame das bruxas.

Todos os animais selvagens eram consagrados à Hécate e por isso, foi mostrada muitas vezes com três cabeças de animais: o cão, a serpente e o leão, ou alternadamente, o cão, o cavalo e o urso. Seus animais mais conhecidos são entretanto, o cão e o lobo.

O cipreste era a árvore sagrada da Deusa.

Na mitologia grega, Hécate, como representação da Lua Escura, aparece sempre acompanhada por cães que ladram. Como Deusa Tríplice, podia aparecer na representação de um cão com três cabeças (cão da lua), para lembrar de que em eras passadas ela própria era o cão da lua. Sua qualidade trina é representada também em estátuas posteriores, onde aparece como mulher tripla. Frequentemente carregava consigo o cão que ela própria havia sido, ou uma tocha, emblema lunar, que é seu poder de fertilidade e seu dom especial.

No Submundo, ou Mundo Inferior, Hécate é a carcereira e condutora das almas, a Pritânia, a "Rainha Invisível" dos Mortos. Tendo passado por Cérbero, o cão tricéfalo, e tendo sido julgadas pelos três Juízes dos Mortos (Minos, Radamando e Éaco), as almas devem chegar às encruzilhadas tríplices do Inferno. Nesse ponto, Hécate envia ao reino para o qual foram julgadas adequadas: para as campinas do Asfódelo, para o Tártaro ou para os Campos Elíseos.

Como aspecto de Deusa Amazona, a carruagem de Hécate era puxada por dragões. As mulheres que a cultuavam normalmente tingiam as palmas das mãos e as solas dos pés com hena.

Seus festivais aconteciam durante a noite, à luz de tochas. Anualmente, na ilha de Aegina no Golfo Sarônico, acontecia um misterioso festival em sua honra.

Hécate está associada a cura, profecias, visões, magia, Lua Nova, magia negra, encantamentos, vingança, livrar-se do mal, riqueza, vitória, sabedoria, transformação, purificação, escolhas, renovação e regeneração.

HÉCATE: PADROEIRA DAS BRUXAS

A Deusa Hécate, segundo algumas versões, recebeu o título de "Rainha dos Fantasmas" e "Deusa das Feiticeiras". Para protegerem-se, os gregos colocavam estátuas da Deusa na entrada das cidades e nas portas das casas.

Medéia, que era uma de suas sacerdotisas, praticava bruxaria para manipular com destreza ervas mágicas e venenos, e ainda, para poder deter o curso dos rios e comprovar as trajetórias das estrelas e da lua.

Como Deusa Feiticeira tinha cães fantasmas como servos fiéis ao seu lado.

Há um grande números de bruxas que, ainda hoje, são devotas de Hécate, pois se sentem atraídas pelos aspectos escuros da Deusa.

Hécate, como Anciã e Deusa da Lua Escura, compreende o "poder do silêncio". Muitas viagens espirituais incluem um período de muita meditação e silêncio. É essencial praticarmos o silêncio em nossos rituais e meditações, pois só o silêncio abre as portas da consciência universal.

Foi a Deusa Hécate que introduziu o alho como amuleto de proteção contra inimigos, roubo, mau tempo e enfermidades. Todos os anos, a meia-noite do dia 13 de Agosto (Noite do Festival de Hécate), deve-se depositar cabeças de alho em encruzilhadas como oferenda de sacrifício em nome de Hécate.

HÉCATE HOJE

Hoje podemos nos relacionar com Hécate como uma figura guardiã do nosso inconsciente, que tem nas mãos a chave dos reinos sombrios que há dentro de nós e que traz as tochas para iluminar nosso caminho para as profundezas de nosso interior.

Nossa civilização patriarcal talvez tenha-nos ensinado a temer esta figura, mas se confiarmos em suas energias antigas, encontraremos nela uma gentil guardiã.
Ela está presente em todas as encruzilhadas que existem em todos os níveis do nosso ser, manifestando-se como espírito, alma e corpo. Devemos reconhecer que a imagem terrível, tenebrosa e horrenda de Hécate é um mero registro do medo inconsciente do feminino que os homens, imersos em um patriarcado unilateral, projetaram ao longo de milênios nesse arquétipo.

Temos que encarar nossa Hécate interior, estabelecermos uma relação com ela e, confiando na sua assistência, permitir a nós mesmos o desenvolvimento de uma percepção desse rico reino do nosso Mundo Inferior Pessoal. Somente por meio dessa atitude poderemos nos tornar seres integrados, capazes de lidar com as polaridades sem projetar de imediato dualismos.

Ao passar por uma encruzilhada, você irá se deparar com Hécate e ela dirá que nossas vidas são feitas de escolhas. Não existem escolhas certas ou erradas, mas sim, somente escolhas. Independente do que escolher, a experiência, por si só, já é algo valioso. Hécate insiste para que não tenhamos medo do desconhecido. Os desafios apresentados precisam de um salto de fé da pessoa que faz a escolha. Confie que será capaz de fazer uma escolha quando chegar a hora. Conceda-se tempo e espaço, nunca se censure ou se culpe, apenas faça sua escolha.
AS DÁDIVAS DA DEUSA HÉCATE

O dia 13 de Agosto era uma data importante no antigo calendário greco-romano, dedicada às celebrações das deusas Hécate e Diana, quando Lhes eram pedidas bênçãos de proteção para evitar as tempestades do verão europeu que prejudicassem as colheitas.

Na tradição cristã comemora-se no dia 15 de Agosto a Ascensão da Virgem Maria, festa sobreposta sobre as antigas festividades pagãs para apagar sua lembrança, mas com a mesma finalidade: pedir e receber proteção.Com o passar do tempo perdeu-se o seu real significado e origem e preservou-se apenas o medo incutido pela igreja cristã em relação ao nome e atuação de Hécate. Esta poderosa Deusa com múltiplos atributos foi considerada um ser maléfico, regente das sombras e fantasmas, que trazia tempestades, pesadelos, morte e destruição, exigindo dos seus adoradores sacrifícios lúgubres e ritos macabros. Para desmistificar as distorções patriarcais e cristãs e contribuir para a revelação das verdades milenares, segue um resumo dos aspectos, atributos e poderes da deusa Hécate.

Hécate Trivia ou Triformis era uma das mais antigas deusas da Grécia pré-helênica, cultuada originariamente na Trácia como representação arcaica da Deusa Tríplice, associada com a noite, lua negra, magia, profecias, cura e os mistérios da morte, renovação e nascimento.”Senhora das encruzilhadas” - dos caminhos e da vida - e do mundo subterrâneo, Hécate é um arquétipo primordial do inconsciente pessoal e coletivo, que nos permite o acesso às camadas profundas da memória ancestral. É representada no plano humano pela xamã que se movimenta entre os mundos, pela vidente que olha para passado, presente e futuro e pela curadora que transpõe as pontes entre os reinos visíveis e invisíveis, em busca de segredos, soluções, visões e comunicações espirituais para a cura e regeneração dos seus semelhantes.

Filha dos Titãs estelares Astéria e Perseu, Hécate usa a tiara de estrelas que ilumina os escuros caminhos da noite, bem como a vastidão da escuridão interior. Neta de Nyx, deusa ancestral da noite, Hécate também é uma “Rainha da Noite” e tem o domínio do céu, da Terra e do mundo subterrâneo. “Senhora da magia” confere o conhecimento dos encantamentos, palavras de poder, poções, rituais e adivinhações àqueles que A cultuam, enquanto no aspecto de Antea, a “Guardiã dos sonhos e das visões”, tanto pode enviar visões proféticas, quanto alucinações e pesadelos se as brechas individuais permitirem.

Como Prytania, a “Rainha dos mortos”, Hécate é a condutora das almas e sua guardiã durante a passagem entre os mundos, mas Ela também rege os poderes de regeneração, sendo invocada no desencarne e nos nascimentos como Protyraia, para garantir proteção e segurança no parto, vida longa, saúde e boa sorte.

Hécate Kourotrophos cuida das crianças durante a vida intra-uterina e no seu nascimento, assim como fazia sua antecessora egípcia, a parteira divina Heqet. Possuidora de uma aura fosforescente que brilha na escuridão do mundo subterrâneo, Hécate Phosphoros é a guardiã do inconsciente e guia das almas na transição, enquanto as duas tochas de Hécate Propolos, apontadas para o céu e a terra, iluminam a busca da transformação espiritual e o renascimento, orientado por Soteira, a Salvadora.

Como deusa lunar Hécate rege a face escura da Lua, Ártemis sendo associada com a lua nova e Selene com a lua cheia. No ciclo das estações e das fases da vida feminina Hécate forma uma tríade divina juntamente com: Kore/Perséfone/Proserpina/Hebe - que presidem a primavera, fertilidade e juventude -, Deméter/Ceres/Hera – regentes da maturidade, gestação, parto e colheita - e o Seu aspecto Chtonia, deusa anciã, detentora de sabedoria, padroeira do inverno, da velhice e das profundezas da terra.
Hécate Trivia e Trioditis, protetoras dos viajantes e guardiãs das encruzilhadas de três caminhos, recebiam dos Seus adeptos pedidos de proteção e oferendas chamadas “ceias de Hécate”. Propylaia era reverenciada como guardiã das casas, portas, famílias e bens pelas mulheres, que oravam na frente do altar antes de sair de casa pedindo Sua benção. As imagens antigas colocadas nas encruzilhadas ou na porta das casas representavam Hécate Triformis ou Tricephalus como pilar ou estátua com 3 cabeças e 6 braços que seguravam suas insígnias: tocha (ilumina o caminho), chave (abre os mistérios), corda (conduz as almas e reproduz o cordão umbilical do nascimento), foice (corta ilusões e medos).

Devido à Sua natureza multiforme e misteriosa e à ligação com os poderes femininos “escuros”, as interpretações patriarcais distorceram o simbolismo antigo desta deusa protetora das mulheres e enfatizaram Seus poderes destrutivos ligados à magia negra (com sacrifícios de animais pretos nas noites de lua negra) e aos ritos funerários.
Na Idade Média, o cristianismo distorceu mais ainda seus atributos, transformando Hécate na “Rainha das bruxas”, responsável por atos de maldade, missas negras, desgraças, tempestades, mortes de animais, perda das colheitas e atos satânicos. Estas invenções tendenciosas levaram à perseguição, tortura e morte pela Inquisição de milhares de “protegidas de Hécate”, as curandeiras, parteiras e videntes, mulheres “suspeitas” de serem Suas seguidoras e animais a Ela associados (cachorros e gatos pretos, corujas).

No intuito de abolir qualquer resquício do Seu poder, Hécate foi caricaturizada pela tradição patriarcal como uma bruxa perigosa e hostil, à espreita nas encruzilhadas nas noites escuras, buscando e caçando almas perdidas e viajantes com sua matilha de cães pretos, levando-os para o escuro reino das sombras vampirizantes e castigando os homens com pesadelos e perda da virilidade. As imagens horrendas e chocantes são projeções dos medos inconscientes masculinos perante os poderes “escuros” da Deusa, padroeira da independência feminina, defensora contra as violências e opressões das mulheres e regente dos seus rituais de proteção, transformação e afirmação.

No atual renascimento das antigas tradições da Deusa compete aos círculos sagrados femininos resgatar as verdades milenares, descartando e desmascarando imagens e falsas lendas que apenas encobrem o medo patriarcal perante a força mágica e o poder ancestral feminino. Em função das nossas próprias memórias de repressão e dos medos impregnados no inconsciente coletivo, o contato com a Deusa Escura pode ser atemorizador por acessar a programação negativa que associa escuridão com mal, perigo, morte. Para resgatar as qualidades regeneradoras, fortalecedoras e curadoras de Hécate precisamos reconhecer que as imagens destorcidas não são reais, nem verdadeiras, que nos foram incutidas pela proibição de mergulhar no nosso inconsciente, descobrir e usar nosso verdadeiro poder.

A conexão com Hécate representa para nós um valioso meio para acessar a intuição e o conhecimento inato, desvendar e curar nossos processos psíquicos, aceitar a passagem inexorável do tempo e transmutar nossos medos perante o envelhecimento e a morte. Hécate nos ensina que o caminho que leva à visão sagrada e que inspira a renovação passa pela escuridão, o desapego e transmutação. Ela detém a chave que abre a porta dos mistérios e do lado oculto da psique; Sua tocha ilumina tanto as riquezas, quanto os terrores do inconsciente, que precisam ser reconhecidos e transmutados. Ela nos conduz pela escuridão e nos revela o caminho da renovação. Porém, para receber Seus dons visionários, criativos ou proféticos precisamos mergulhar nas profundezas do nosso mundo interior, encarar o reflexo da Deusa Escura dentro de nós, honrando Seu poder e Lhe entregando a guarda do nosso inconsciente. Ao reconhecermos e integrarmos Sua presença em nós, Ela irá nos guiar nos processos psicológicos e espirituais e no eterno ciclo de morte e renovação. Porém, devemos sacrificar ou deixar morrer o velho, encarar e superar medos e limitações; somente assim poderemos flutuar sobre as escuras e revoltas águas dos nossos conflitos e lembranças dolorosas e emergir para o novo.
Ingredientes:
* 3 colheres de sopa de resina de incenso (olíbano);
* 3 colheres de resina de mirra;
* 1 punhado de folhas de mirra (ou 7 gotas de óleo de mirra);
* 1 ramo fresco de cipreste;
* 3 flores de ciclâmen;
* 1 pedra de ônix;
* 2 xícaras de óleo mineral;
* 1 vidro com tampa de rolha;
* 1 fita preta.

Modo de fazer:

Na primeira noite de Lua Minguante moa as resinas com um pilão. Coloque as resinas moídas no vidro. Caso utilize o óleo de mirra, misture-o com as resinas moídas. Se utilizar as folhas, amasse-as à parte e coloque-as no vidro. Acrescente o cipreste (levemente socado), as flores de ciclâmen e o ônix. Acrescente por fim o óleo. Feche o vidro com a rolha e amarre a fita preta no gargalo do vidro, dando três nós. Agite bem e guarde-o num local escuro e fresco por uma Lua (até a próxima Lua Minguante).

Utilize este óleo para ungir as velas nos rituais em honra a Hécate, nos Esbbáths de Lua Minguante. Quando fizer Amuletos e Feitiços que invoquem a presença de Hécate (magia de proteção, banimento do mal, ou mesmo quando realizar algum malefício), unja uma vela preta com esse óleo, e acenda-a, junto a incenso (resinas de olíbano e de mirra moídas em carvão em brasa no fogareiro). Ou utilize incensos em varetas de mirra e olíbano.

Ingredientes:
* 1 punhado de folhas secas de beladona ou de meimendro-negro;
* 3 pitadas de pó de chumbo;
* 1 colher de sopa de pó de cemitério;
* 1 colher de sopa de enxofre em pó;
* 1 garra de corvo (ou de urubu);
* 1 sapo seco pequeno;
* as asas de um morcego;
* 1 cobra venenosa pequena;
* 1 pedra de ônix;
* 3 pitadas de azeviche em pó;
* 1 punhado de urtiga-brava;
* 1 colher de sopa de óleo de rícino;
* 1 aranha venenosa;
* meio litro de azeite de oliva (ou óleo mineral);
* 1 vidro com tampa de rolha;
* 1 fita preta.

Modo de fazer:

Numa noite de Lua Negra, misture os ingredientes em seu negro caldeirão, que será circundado por 13 velas pretas.
Cuidado ao acrescentar o enxofre, devido à chama das velas ao redor do caldeirão. Misture os ingredientes em sentido anti-horário, recitando o seguinte Encantamento:


"Hécate Venéfica, Domina Maleficarum!
Rogo-te que me ajudes!
Consagre esta Poção Negra com o Teu Poder!
Hécate Brimô, Domina Sabatum!
Consagre com o Vosso Poder este Malefício!"

Retire a colher de pau do caldeirão e coloque as mãos sobre ele, dizendo com voz firme as seguintes palavras de poder em latim:

IN NOMINE HECATE VENEFICA
DOMINA MALEFICARVM
CONSVMATUM EST.


Coloque a mistura maléfica no vidro (deve ser um vidro de boca larga, se não for tampado com rolha, que seja com tampa de metal). Amarre a fita preta no gargalo do vidro, dando três nós. Utilize este óleo maligno em feitiços negros de amaldiçoamento. Unja uma vela preta com este óleo, da base para o pavio e acenda-a sobre a fotografia ou o nome de quem quer enfeitiçar. Segure seu Athame com a mão de poder, apontando-o para cima, e direcione a outra mão para a chama da vela, fazendo o gesto de maldição, enquanto pronuncia por 13 vezes a seguinte maldição:


IN NOMINE HECATE VENEFICA
DOMINA MALEFICARVM
IN NOMINE FVRIAE
ALECTO TISIFONE
ET MEGERA
CAPVT TUA
MALEDICTA EST.

Ingredientes:
* 3 ramos de arruda;
* 3 dentes de alho descascados;
* 1 xícara de azeite de oliva;
* sal marinho;
* 1 fita vermelha;
* 1 vidro com tampa de rolha.

Modo de fazer:

Macere num pilador a arruda e o alho. Em seguida acrescenta-se um pouco de azeite. Volte a macerar. Coloque a mistura no vidro e acrescente o restante do azeite. Coloque por último um pouco de sal marinho. Tampe o vidro com a rolha e amarre a fita vermelha no gargalo do vidro, dando três nós.


Este óleo deve ser utilizado em rituais de banimento de forças inimigas, na unção das velas. Sele as portas e janelas de sua casa com esse óleo, barrando assim as energias nocivas, expulsando todo o mal. Para banir feitiços inimigos e maldições, unja uma vela preta da base para o pavio e acenda-a, junto com um incenso de arruda. Invoque a Deusa Hécate, com o seguinte contra-feitiço:


HECATE LVCIFERA
DOMINA MALEFICARVM
LIBERA NOS A MALO


Caso saiba o nome de quem quer amaldiçoa-lo, coloque o nome dessa pessoa escrito em baixo da vela, dizendo o seguinte contra feitiço:


GLADIVS TVVM
INTRET IN CORDA TVA
ET ARCVS TVVM
CONFRICATVR


Em seguida, repita o primeiro contra-feitiço, concentrando-se no banimento do mal. Deixe a vela e o incenso queimarem até o fim. Sopre as cinzas ao vento.
É uma receita tradicional das Streghe, as Bruxas italianas.

Mensagem  Convidad em Qua Jul 18, 2012 12:38 pm
Incenso de Hécate
1/2 colher (de chá) de folhas secas de louro
1/2 colher (de chá) de folhas secas de menta
1/2 colher (de chá) de cardo seco
1 pitada de resina de mirra
1 pitada de resina de olíbano
13 gotas de óleo de cipreste
3 gotas de óleo de cânfora


Usando um almofariz e um pilão, amasse o louro, a menta e o cardo até quase reduzi-los a pó. Agite as resinas de olíbano e de mirra. Adicione os óleos de cipreste e de cânfora e misture bem. Guarde numa jarra coberta e bem tampada e deixe a mistura maturar por, pelo menos, duas semanas antes de usar.


Queime num bloco de carvão em brasa durante o Ritual de Hécate (13 de Agosto) para honrar a Deusa ou nos rituais de lua cheia como poderoso incenso para previsão.

Ingredientes:

Um caldeirão
Cálice com água mineral
Uma colher (de sopa) de vinho branco
1 colher (de chá) de erva cidreira
1 colher (de chá) de cravo-da-índia
1 colher (de chá) de jasmim
1 colher (de chá) de canela
1 colher (de chá) de papoula
Mel puro à gosto.


Coloque o caldeirão no fogo e despeje nele a água do cálice. Espere levantar fervura e vá colocando os ingredientes de acordo com o encantamento:

"Hécate, divina Hécate, Deusa das trevas, Invoco a ti grande protetora, Para que consagre-me como feiticeira. Honro-te e conjuro a ti, Em nome da lua, do céu, da Terra e do mar, Seus domínios Da Terra, do ar, da água e do fogo.Com este vinho homenageio-te e encanto esta poção Erva cidreira, pelos poderes da lua, Para propiciar o amor perfeito. Cravo-da-índia, pelos poderes de Júpiter, Para propiciar a confiança perfeita. Jasmim da luz, Para a unificação com a mente da minha Deusa. Canela do sol, Para a recepção da luz interior do meu Deus. Papoula, Para o poder da criação e da transformação da lua Chás das iniciantes, pelos poderes de Hécate. Para consagrar a mais nova bruxa."

Aguarde três minutos e coe o chá. Coloque no cálice e beba-o, fazendo a seguinte consagração:


"Hécate, grande deusa da lua, Me inicie neste caminho que conduz até tua a sabedoria Prepara-me com tua força. O caminho é a escuridão desta noite, A luz interior é tu que me propicias, através da luz da lua. Minha força é a tua força, Atuando para o bem, a sabedoria e a felicidade. Agradeço pelas tuas criações e pelos teus caminhos, Revelados pelas gloriosas irmãs da antiga Tradição. Que assim seja!"

Destrace o círculo de proteção corretamente e jogue o resto das folhas coadas aos pés de uma árvore mais próxima.

Órfico a Hécate

“Hécate a Beleza, eu a invoco:
Vós, dos caminhos e encruzilhadas, do céu, da terra e também do mar.
Vós, vestida de açafrão, dentre as tumbas,
Dançando com as almas mortas e o ritual báquico.
Vós, filha de Perses, amante da desolação, se regozija em gamos e cães, na noite.
Vós, terrível Rainha! Devoradora de bestas!
Despertada, possuída por forma inacessível!
Vós, caçadora de búfalos, Imperatriz soberana universal:
Vós, guia que vagueia pela montanha, é noiva, é pajem,
eu rogo, Ó Donzela, sua presença nestes rituais sagrados.
Vós, que vindes com a graciosidade do touro e um eterno coração alegre".

Traduzido do grego para o inglês por Shawn Eyer

Hécate é uma das deusas Greco-Romanas simultaneamente mais temida e admirada. Hécate é uma deusa lunar, um pouco á imagem da temida Lilith. Como todas Deusas lunares, Hécate encontra-se profundamente ligada ao mundo da magia, do oculto, da bruxaria, dos mais profundos segredos.

Hécate é a Deusa das bruxas, e simultaneamente a Deusa que vem a este mundo recolher almas para as conduzir ao abismo do reino dos mortos. Trata-se por isso de uma Deusa a que cabe um papel privilegiado na «ponte» entre o mundo dos vivos, e o mundo dos mortos, entre o nosso mundo físico e o mundo dos espíritos.

Hécate é a Deusa das encruzilhadas, onde lhe eram dedicadas oferendas e sacrifícios : bodes negros, cães negros ou gatos negros eram-lhe oferendados no decurso de rituais de adoração, ou de feitiçarias. Hécate pode incorporar numa lindíssima mulher de longos cabelos negros, e pode ser uma amante incomparável. Contudo a sua fúria e o seu poder são temíveis, e perante Hécate todo o respeito é pouco para garantir a sua ajuda. Dizem as lendas que Hécate também podia assumir a forma de um majestoso lobo negro, ou de um belo cão preto.

As estátuas existentes nas encruzilhadas onde Hécate era venerada e as bruxarias eram executadas, chamavam-se «hecateias», e constavam na fugira de uma lindíssima mulher com três faces, ou três belos corpos feminino unidos num só.
Hécate permite a operação de tarefas místicas essencialmente através de processo de meditação. Através desse processo, no silencio de uma meditação e através do aprofundamento dos nossos sentidos, pensamentos e forças espirituais, é que Hécate reside e abre portas ao mundo magico. Como deusa lunar que é, Hécate também opera a nível dos sentidos, aguçando-os, excitando-os, fazendo com que a carnalidade e o prazer se tornem uma poderosa chave de concretização de processos místicos poderosos.

Hécate reina na terra, (onde vem buscar as almas dos mortos, conduzindo-as para o submundo), no céu, (onde viaja através do luar), e do mar, (onde se inebria com os prazeres do amor), pelo que é denominada a Deusa Tríplice. 
Hécate eu sou, Mãe Negra, a Anciã.
Meu rosto é enrugado como uma pedra idosa.
Meus olhos são pretos como o breu, meus cabelos brancos como a neve.
Eu sou a noite escura sem lua.
Eu guio pelo lugar da Caçada Selvagem com meu poder negro
Pelo inverno à meia-noite
Meu reino começa na noite do Samhain
E dura até o dia da Luz de Imbolc.
Para as bruxas, eu sou sua Rainha divina
Sua líder, pelos séculos
Eu as ensino o poder mágico extremamente forte
Eu as ensino a diferenciar o certo do errado.
Mas se elas fazem o que é errado minha fúria, as farão pagar por isso
E minha vingança fará com que seus destinos na Terra fiquem marcados.
Porque eu sou a Justiça, eu sou a Morte, eu sou a vingança, Lua Negra
Eu sou a sabedoria e o Amor e a condenação do Mal.
Eu guardo todas as encruzilhadas de todos os lugares
Quem viaja com o mal deve tomar cuidado!
Eu tiro-lhes a alma e faço com que fiquem insanos
Para que nunca mais tenham a sorte de cruzar meu caminho novamente.
Eu sou terrível, gentil e implacável.
O que você vê em mim é você mesmo.
Quando sua hora chegar, eu o chamarei para junto de mim
Para passar pelo lugar da Caçada Selvagem até seu renascimento.
Então venha, minha Filha Bruxa
Siga meu caminho
Do poder mágico, não tenha medo de minha fúria.
Se você tiver coragem, será minha sacerdotisa
A escolha é sua, o que você escolher acontecerá.

A LUA NEGRA DA TRANSMUTAÇÃO

 A fase lunar denominada Lua Negra acontece mensalmente, nos três dias que antecedem a lua nova. Durante este período, o fino disco da lua minguante diminui até desaparecer na escuridão da noite. Tendo em vista que a luz da lua é, na verdade, a luz solar refletida pelo disco lunar, poderíamos dizer que a lua negra "mostra" a verdadeira face oculta da lua. Durante essa fase de escuridão mensal, os povos antigos reverenciavam as Deusas Escuras, dedicando este tempo a rituais divinatórios, de cura e transmutação.

Com o advento das sociedades patriarcais, os mistérios da Lua Negra tornaram-se sinônimo de terror e malefícios. Incapacitados de ver ou compreender o "desaparecimento" da Lua, surgiram lendas e superstições sobre os demônios ou forças malignas que "comiam" a Lua. Dessa maneira, a Lua Negra passou a representar o auge dos poderes destrutivos, vaticinando cataclismos naturais, como inundações, tempestades ou secas e humanos, como guerras, doenças e fome. A Lua Negra era tida como aziaga para qualquer empreendimento, por ser considerada a luz do momento em que os fantasmas e os espíritos malévolos perambulam sobre a Terra e as bruxas executam seus rituais de magia negra. Atribuía-se à Lua Negra a conexão com o mundo subterrâneo por ser regida por divindades em forma de serpente ou com serpentes nos cabelos.

Na verdade, a Lua Negra facilita o acesso aos mundos e planos sutis e às profundezas de nossa psique. Por isso, atualmente é considerada uma fase favorável para trabalhos de transformação e renovação. Somente mergulhando no nosso lado escuro, desvendando os mistérios e as sombras de nosso inconsciente, poderemos achar os meios secretos para nossa renovação. A Lua Negra tem o poder de criar e de destruir, de curar e de regenerar e de descobrir e fluir com o ritmo das mudanças e dos ciclos naturais, dependendo da capacidade individual em reconhecer e integrar sua sombra. Ao entrar na fase da Lua  Negra, podemos presenciar a transição entre a destruição do velho e a criação do novo.  É, portanto, um período favorável para rituais de cura, renovação e regeneração.

O processo de transformação destrói os padrões ultrapassados de condicionamento, comportamento e estruturação, liberando-nos daquilo que não serve mais, daquilo que é limitante, impedindo nossa expansão. Os objetivos dos rituais são variados e de acordo com as necessidades de cada um. Podemos citar a remoção de uma maldição, a correção de uma disfunção, o afastamento dos obstáculos ou das dificuldades na realização afetiva ou profissional, a limpeza de resíduos energéticos negativos de pessoas, objetos, ambientes, a preparação e imantação do espelho negro, entrando em contato com os ancestrais ou com as Deusas Escuras como Hecate, Medusa, Kali, Ereshkigal, Hel, Sekhmet, Sheelah Na Gig, Oyá e Cailleach.

As palavras-chave para esses rituais são complementação, finalização, dissolução, introspeção, tradição, sabedoria, morte e transmutação. Os elementos ritualísticos são as velas pretas para afastar a negatividade, as brancas para os novos inícios e as vermelhas para a realização, correspondendo às três cores da Deusa e aos três estágios da condição feminina: idosa, jovem e adulta. Por ser a Anciã a Deusa regente desta lua, são oferecidos no altar, em vez de flores, um xale preto, galhos e folhagens secas, penas pretas, pêlo de cachorro preto ou lobo, teia ou a imagem de uma aranha, além de representações do poder transmutador da Serpente. os objetos mais importantes para o ritual da Lua Negra são o caldeirão - para queimar e transmutar as energias negativas e o espelho negro ou bola de cristal, além de tarot e runas para orientação e autoconhecimento. A meditação ao som de tambor ajuda a mergulhar no ventre escuro da Mãe Terra, trazendo mensagens e sugestões para a cura, a regeneração e a transformação.

O Banimento de Hécate!

O banimento consiste em afastar pessoas que emanam energias nocivas a um indivíduo ou local e também a destruir tais energias e pensamentos de baixa vibração.

Vale ressaltar que o banimento irá banir apenas o que Realmente estiver causando malefícios e afastar (reencaminhar) somente as pessoas que Realmente estão agindo contra você de formas destrutivas, portanto não atue em rituais e orações com caprichos, pois a Deusa sabe o que realmente é verdade e é na verdade que Ela agirá!


Deusa da sombra lunar hoje lhe peço pra me auxiliar,

Oculta em teus mistérios, hoje venho lhe saudar,
Deusa da magia lhe invoco pra banir as más energias,

Leva em tua sombra o negativo que me permeia,
Leva contigo as energias densas que a mim emanam,
Apaga oh Grande Deusa meu nome das mentes do mal,

Afasta minha Deusa aqueles que não me são luz,
Afasta os que não me são leais,
Protege-me Hécate dos amigos oportunistas, dos amores vampíricos, dos entes negativos,

Bane em minha vida tudo e todos aqueles que me atrasam, sugam e magoam,
Bane Hécate com tua força o mal que me é lançado,
Bane minha Deusa os ingratos e os falsos,

Na sombra de tua Lua me esconde e protege,
Pois com tua ajuda o mal já não me encontra,
E no teu caminho hei de seguir, pelo traçado da Grande Deusa, liberta(o) estou a ressurgir!

Assim Seja, Assim se Faça!

Hécate
Quando eu estiver com dúvidas, mostra-me a minha força;
Quando eu estiver errada, mostra-me o caminho certo;
Acenda o cruzamento antes de mim, para que eu possa ver o meu caminho;
Rainha das Encruzilhadas, Guardiã de Entradas;
Hécate, abençoa minhas viagens;
Através do escuro ao anoitecer;
Ajuda-me a equilibrar minhas forças;
Luz e escuridão, acima e abaixo;
Como uma moeda não pode ter apenas um lado.

Ajuda-me a direcionar minha vida;
Seja minha guia através da escuridão e ilumine o caminho diante de mim;
Deixa-me ver a verdade e também o que é falso;
Deixa-me viver minha vida feliz e livre;
Ajuda-me a encontrar o que é bom para mim;
Abençoa-me neste dia e nos muitos mais por vir;
Tudo o que eu preciso é de uma vida simples;
Dentro da minha natureza é onde eu sou mais livre.

Hécate, Minha Senhora !
Eu te agradeço e a honro !
Sua imagem está em mim.

Que assim seja e assim se faça !

Blessed be.

"...Oh Hécate,
Tu que sussurras em minha mente,
Tu por quem minha alma anseia fortemente,
Tu que és a Donzela da Luz,
Que me conduz,
Na fase crescente que me faz crescer,
E que me inspira vencer.
Tu que és a Mãe da Vida,
Que cura a ferida,
Na Lua Cheia trazendo Amor,
Livrando-me da dor.
Tu que és a Anciã da Escuridão,
Que destrói toda Ilusão,
Banindo a ignorância,
Trazendo sabedoria sem arrogância.
Tu que és a Deusa Negra do Submundo,
Punindo todos criminosos do mundo,
Trazendo a Morte,
E detonando a má sorte.
Tu que és a Lua
Que ilumina a Rua,
A Deusa Nua,
Minha lealdade é Toda Sua...

Hécate, a Bela, a ti invoco:
Você, dos caminhos e encruzilhadas,
dos Céus, da Terra e de todos os mares.
Você, vestida de açafrão, entre os túmulos,
dançando os ritos de Baco com as almas dos mortos.
Você, filha de Perses, amante da desolação,
divertindo-se com cervos e cães, na noite escura.
Você, Rainha terrível!
Devoradora das bestas!
Inconquistável,
possuída por uma forma inatingível!
Você, caçadora das feras,
soberana Imperatriz universal:
Você, guia dos caminhos das montanhas,
e noiva, e curandeira,
eu suplico, ó donzela, a sua presença nesses ritos sagrados, com graça e um coração eternamente alegre.
Hécate, toda a vida e todos os frutos da terra são seus,
Tudo foi e é gerado pelo seu útero,
ó Grande mãe de três faces.
Sua é a dança da prosperidade e
Você é nossa fortaleza.
Deusa Hécate eu Te agradeço por suas bênçãos e pela abundância.
Junte-se à mim, festeje e divirta-se comigo.
Abençoados Sejamos!
Obrigada Ó Hécate!
Mãe da Escuridão, que clareia nossos caminhos!
Oração de Louvor à Hécate
“Cães que uivam para a Lua sombria
Anunciam a vinda da Rainha da Magia
Oh Hecate, Senhora da Meia-Noite
Em teu sorriso oculto
Escondem-se as estrelas mais brilhantes
Clamo-te proteção e sabedoria
Para que meus pés não sangrem na estrada do saber
E que minha boca não resseque
Pela falta da água de tua fonte
Ensina-me a agir diante dos perigos
Afaste de mim todos os inimigos
Retire do meu caminho os espíritos imundos
Oh Hecate, bela entre as belas…
Receba meu coração minguado
Sopre as nuvens que o impedem de iluminar
O número 3 sempre há de reinar
Em teus campos encontro a proteção
E pelo vosso nome clamo nesta oração
Oh Hecate, Rainha da superação
Que o grande caldeirão ferva minha louvação
E que a fumaça abra meus caminhos
Nas estradas de terra batida
Ou nas encostas dos precipícios infinitos
Não temerei mal algum
Pois tenho Hecate em meu coração
Tuas armas de guerra me protegem
Tua magia é meu escudo
E a certeza que habita em meu ser
Retira-me do mundo obscuro”
Ritual de Hécate
Era chamada de A Mais Amável, rainha do Mundo dos Espírirto, Deusa da Bruxaria.
Hécate está relacionada à cura, profecias, visões, magia, Lua Nova, encantamentos, livrar-se do mal, riqueza, vitória, sabedoria, transformação, purificação, escolhas, renovação e regeneração.
Você precisará:
Seu Athame
Seu Caldeirão
Uma Maçã
Um Pano Preto
Sal Marinho

E os seus instrumentos ponha a maçã dentro do caldeirão e cubra-o com o pano preto.

Abra o círculo como de costume e com seu bastão na mão de poder, toque no caldeirão por cinco vezes.

Diga:

“Sábia Hécate, eu peço sua bênção.
Erga o véu para que eu possa saudar meus ajudantes espirituais,
Antigos amigos de outras vidas, e os que são novos.
Que apenas aqueles que me desejam bem penetrem neste local sagrado.”

Descubra o Caldeirão.
Apanhe a maçã, erga-a em oferenda e deposite-a no altar.

“Hécate, seu caldeirão mágico é a fonte da morte e do renascimento,
Uma experiência pela qual cada um de nós passa repetidas vezes.
Que eu não tema, pois sei de sua delicadeza.
Eis aqui seu símbolo de vida na morte.”

Corte a maçã transversalmente com o athame.

Contemple o pentagrama revelado no miolo.

Devolva as duas metades da maçã ao caldeirão e cubra-o novamente com o pano preto.

“Apenas os iniciados têm acesso aos seus mistérios ocultos.
Apenas aqueles que realmente buscam conseguem encontrar o caminho espiral.
Apenas aqueles que conhecem suas faces secretas,
Podem encontrar a luz que leva ao caminho interior.
Ponha uma pitada de sal em sua língua:
Eu sou mortal,mas ainda assim imortal.
Não há fim para a vida,apenas novos recomeços.
EU caminho ao lado da Deusa em suas muitas formas.
Nada há, portanto, a temer.
Abra minha mente,meu coração e minha alma.
Aos profundos Mistérios do Caldeirão, Ó Hécate!!!”

Efetue uma meditação de busca à Deusa da Lua Nova.
Ouça suas mensagens.
Esteja alerta a novos guias e mestres que podem surgir para ajudá-lo.

·                     Raça: Deusa Ctônica
·                     Aspectos: Deusa lunar; Deusa das bruxas; Deusa da magia; Deusa dos espíritos; Deusa das encruzilhadas; Deusa da mediunidade; Deusa dos marginalizados.
·                     Cônjuge: Não possui.
·                     Filiação: Astéria e Perses.
·                     Descendentes: Circe.
·                     Aliados: Ártemis; Selene; Zeus; Hades; Perséfone; Nix; Tânato; Hipnos; Héstia; Mercúrio.
·                     Plantas relacionadas: Alho; anis; avelã; cânfora; camélia; sândalo; eucalípto; olíbano; mirra; cipreste; papoula; datura; teixo; mandrágora; dama-da-noite; acônito; dente-de-leão; beladona; erva-cidreira.
·                     Atributos e símbolos: Tochas; serpentes; Crescente Lunar; cães; trindade divina.
·                      Festival grego:  13 de Agosto.

A Roda de Hécate (Strophalos)

Atribuído a Hécate, bem como a Diana Lucifera (versão romana da divindade) no seu aspecto de Deusa Tríplice - o Strophalos ou Roda de Hécate é um antigo símbolo de origens pré-helénicas e cujo exacto significado já se perdeu na noite dos tempos.

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A referência mais antiga que nos chega acerca deste símbolo é encontrada no "Oráculo Caldeu", um texto datado do século II d.C. Nesta fonte, o Strophalos é descrito como sendo uma serpente descrevendo um labirinto à volta de uma espiral. A Serpente representa o renascimento e a sabedoria, sendo a Espiral alusiva à infinita Emanação Divina. O círculo exterior simbolizará o Cosmos ou, de uma forma mais abstracta, a unidade formada pelos três aspectos da Deusa.

O símbolo original terá sofrido várias modificações e estilização ao longo dos séculos, sendo do consenso geral que se trata de um símbolo muito anterior à cultura grega. Porém, a falta de fontes da Antiguidade não nos permite especular acerca das origens exactas, sendo apenas sabido que remonta às sociedades matriarcais da Idade do Bronze (3º milénio a.C.). Actualmente é muito utilizado pelas tradições de inspiração helénica, bem como pelos praticantes de Wicca Diânica. O Strophalos tem sido utilizado como mandala meditativa, como talismã e Objecto de Poder, sendo especialmente indicado para trabalhos invocativos da Deusa ctónica.

Descidas aos Infernos e a Conquista da Sabedoria

A história do rapto de Perséfone é relatada no Hino a Deméter de Homero:
A donzela estava a apanhar flores num prado. Atraída por uma enorme flor, surpreendentemente bela, afastou-se das companheiras e quando ia colhê-la, a terra abriu-se á sua frente, e das profundezas emergiu Hades, o Senhor dos Infernos na sua carruagem preta puxada por cavalos pretos, que a agarrou enquanto ela gritava aterrorizada e a levou para os infernos.
Quando Perséfone desapareceu, a mãe, Deméter procurou-a por toda a parte, em vão. Finalmente, ao cabe de 9 dias e 9 noites, Deméter regressou ao bosque, derrotada e aflita. Hécate foi ter com ela e sugeriu-lhe que fossem pedir informações ao Deus Sol, que tinha presenciado tudo. Acompanhada por Hécate, Deméter, fica a saber a verdade: Perséfone tinha sido raptada por Hades, com a permissão de Zeus.
Hécate só volta a ser mencionada no mito, quando Perséfone regressa dos infernos para junto de Deméter, sua mãe. Hécate saúda Perséfone com muito afecto. Segue-se um verso críptico: “A partir desse dia, Hécate segue Perséfone”.
Hécate não poderia fisicamente perseguir Perséfone. Este verso sugere que Perséfone passou a ser acompanhada por um espírito ou consciência que terá adquirido depois do seu regresso dos infernos.
Esta história pode ser a de qualquer um de nós. Todos nós tivemos períodos em que tudo estava bem, até acontecer o inesperado e ficarmos petrificados de medo perante uma súbita violação do nosso mundo seguro, possa esta ter a forma de uma traição, a ruptura de uma relação, a morte, o aparecimento de uma doença, uma perda financeira ou o fim da inocência. Se formos arrastados ara as trevas da aflição, da depressão ou do desespero, do cinismo, da amargura ou da vingança, tornamo-nos prisioneiros dos Infernos e interrogamo-nos sobre se conseguiremos de lá sair.
Se regressar da sua descida aos Infernos, terá aprendido que o amor e o sofrimento fazem parte da Vida. Quando supera tempos difíceis, aprofunda sua experiência e sabedoria. A sábia Hécate torna-se sua companheira íntima.             
O conselho de Hécate foi procurar a Verdade.
As pessoas podem sentir-se incapazes de enfrentar a verdade e, portanto, acomodam-se, mantendo a verdade á distancia por meio de racionalização, da negação, ou de dependências que as tornam insensíveis á verdade.
Uma mulher só se torna sábia como Hécate quando a experiencia lhe ensina que é possível enfrentar a realidade.

Hécate como Testemunha

Hécate é uma testemunha dentro de nós, é uma observadora que estabelece nexos e nos fala na linguagem simbólica dos sonhos. Os sonhos vêm ter connosco na penumbra, são mensagens liminares provenientes do inconsciente que sonha e a sua captação e recordação exigem-nos um esforço consciente, á semelhança das intuições capazes de esclarecer uma situação emocional dolorosa que nos ocorre, e que podem dissipar-se e perder-se se não lhes prestarmos atenção e se não aprender-mos com elas.
Hécate a testemunha, está presente quando prestamos atenção aos nossos sonhos, acolhemos as nossas intuições ou escutamos a voz interior. É como se ela nos acompanhasse, empunhando as tochas para podermos ver na escuridão.
Quando familiares estão a morrer, talvez sinta a presença delas em si depois de morrerem ou tenha uma “visita” durante um sonho, que costuma passar-se num local reconhecível. No sonho, sabe que as pessoas morreram e que está a vê-las depois da morte delas. Essas pessoas parecem bem, e muitas vezes têm alguma coisa para lhes dizer. Esses sonhos costumam permitir que fique a saber que a pessoa falecida está bem e que a ama. O sonho é tão real que pode sentir que está a ver e a ouvir a pessoa falecida e até a tocá-la e a sentir o seu cheiro. Acorda com a sensação de uma vivência que é muito mais que um simples sonho – como se tivesse penetrado no reino entre dois mundos que é o de Hécate.

Os psicoterapeutas acabam por depender de Hécate, e, em certa medida, personificam-na diante de seus doentes. As pessoas quando estão numa encruzilhada recorrem á psicoterapia. Um terapeuta observa, escuta e testemunha o que lhe é revelado. Tal como Hécate fez com Deméter, o terapeuta encoraja o cliente a a procurar a verdade da situação, incluindo as percepções e sentimentos genuínos que a denegação esconde.
 O olhar compassivo de Hécate, a testemunha, não julga, não responsabiliza nem culpa ninguém, não estimulando portanto um comportamento defensivo ou de denegação.
Hécate pode desenvolver-se cedo em nós, quando circunstâncias traumáticas a invocam, no entanto, costuma tornar-se mais importante quando envelhecemos e somos capazes de distinguir padrões e de reflectir sobre acontecimentos que nos mergulharam nas trevas da depressão, da inveja, da vingança ou do desespero. A probabilidade de conhecermos Hécate como conselheira sábia que nos recorda lições provenientes da nossa experiencia aumenta coma idade. É assim que Hécate facilita a integração das nossas múltiplas identidades transformando-nos em pessoas consequentes e autênticas.

Hécate como Parteira

As parteiras acompanham as parturientes durante todo o trabalho de parto. São uma presença tranquilizadora e experiente, que reduz o medo e a dor enquanto a mulher se esforça por dar á luz.
As parteiras foram as primeiras mulheres a serem condenadas por bruxaria no tempo da Inquisição porque aliviavam as dores do parto. Com efeito, diminuir as dores durante o trabalho de parto representava ir contra a vontade de Deus, expressa no Antigo Testamento: As mulheres deveriam dar á luz na dor e no sofrimento.
“Disse também á mulher: Eu multiplicarei os teus trabalhos, e os teus partos. Tu parirás teus filhos, e estarás sob o poder do teu marido, e ele te dominará.” (Genesis 3:16)
A profissão da parteira é um chamamento terreno, de apoio á natureza que exige uma atenção instintiva e a capacidade de detectar sinais de transição física nas fases do trabalho de parto e do processo da morte, porque os reconhece como fazendo parte da natureza.
A parteira é uma sacerdotisa da Deusa Mãe, que á semelhança da própria Terra, é útero e sepultura para todas as formas de vida. Distinguir a divindade na natureza e nas suas criaturas e ser capaz de dar apoio nesses momentos é um chamamento sagrado. Quando aquilo que fazemos decorre do arquétipo da parteira, reconhecemos o nosso empenhamento num trabalho sagrado.
A parteira pode ser uma voluntária numa instituição de saúde motivada em evitar a dor e o medo de um moribundo. É uma parteira no momento da morte, ajudando a alma a libertar-se do corpo. A sua presença nessa transição natural é reconfortante e pode facilitá-la. Do mesmo modo em que há fases na gravidez que precedem o início do trabalho de parto, á fases em que o corpo e a alma se preparam para essa separação. O momento em que a alma deixa o corpo de uma pessoa que está a morrer é um momento sagrado partilhado pelos presentes.
Morte ou parto fácil ou difícil, é bom ter Hécate por perto, sob a forma da presença reconfortante de uma mulher experiente e sábia.
Hécate, a parteira, é o arquétipo presente nas pessoas que apoiam outras durante um difícil processo de dar á luz, em profissões como a edição, a direcção, o acompanhamento individual, o ensino ou a psicoterapia, quando é possível desempenhar o papel de parteira na vida criativa de outra pessoa.
Investimos menos a nível do ego á medida que a idade avança e a sabedoria aumenta, razão pela qual é mais provável que sejamos capazes de apoiar o processo criativo de outra pessoa.

Hécate como Médium ou Telepata

Hécate, a telepata, sente-se bem na zona “nebulosa” da médium que funciona como intermediária entre o mundo visível e do espírito. Pode ser uma clarividente que vê com o terceiro olho ou o olho da mente ou através de visões. Pode compreender o significado precognitivo dos sonhos. O tempo de Hécate é o crepúsculo, essa zona de transição entre o dia e a noite. A Deusa estava na gruta quando Perséfone foi raptada. Nos mitos, as grutas são acessos ao mundo subterrâneo, passagens entre o mundo dos vivos e as “sombras dos mortos”.
A leitura dos presságios, a utilização de formas oraculares como o Tarot, o I Ching, as Cartas dos Curandeiros ou cartas Xamânicas ou as Runas, a interpretação dos sonhos ou as jornadas de recuperação da alma, são formas não-racionais de entender, conhecer ou curar que fazem parte do reino de Hécate.
Como as aptidões parapsicológicas são minimizadas, ridicularizadas ou temidas, as pessoas com os dons mediúnicos de Hécate não costumam desenvolve-los quando são jovens. Á medida que envelhecem, as mulheres vão tendo oportunidades de aprender, com a sua própria experiencia, a prestar atenção a intuições ou perceções parapsicológicas. Quando entram na menopausa, as circunstâncias reforçam a possibilidade de as mulheres prestarem atenção a Hécate.
Depois da menopausa, talvez deixe de se preocupar com a possibilidade de as pessoas a acharam algo estranha e esteja disposta a sair do seu cantinho.
No momento em que o fizer, Hécate acompanhá-la-á.
Quando uma mulher desenvolve as suas aptidões parapsicológicas, põe-se o problema do que fazer com elas. A manipulação das pessoas, o uso incorreto das informações, a exploração ou a obsessão pelo poder oculto são possibilidades sombrias.
Quanto mais íntegra e mais madura for uma mulher com aptidões ocultas, maiores são as probabilidades de ela usar bem os seus poderes.

Hécate como Feiticeira Temida

As mulheres temem ser chamadas de bruxas por razões históricas de peso. A Inquisição foi criada em 1252 pelo papa Inocêncio IV e a tortura prosseguiu durante cinco séculos e meio até ser abolida pelo papa Pio VII em 1816. Entre 1560 e 1760 a perseguição de mulheres por bruxaria atingiu o seu auge. É chamado a este tempo o “holocausto das mulheres”. Estima-se entre cem mil e oito milhões o n.º de mulheres condenadas á morte na fogueira.
As mulheres mais temidas ou respeitadas foram as mais perseguidas. Entre as primeiras a serem queimadas, incluíam-se as parteiras e as curandeiras, as velhas que facilitavam o trabalho de parto e ajudavam as mulheres a darem á luz, que conheciam as ervas medicinais e cujos poderes provinham da observação e da experiencia. As mulheres com autoridade e experiencia ou conhecimentos, as mulheres excêntricas ou as mulheres com posses, normalmente viúvas também eram denunciadas, sujeitas a tortura e condenadas.  Qualquer mulher idosa corria riscos, para sobreviverem, era preciso que não dessem nas vistas nem se distinguissem. Só as mulheres idosas invisíveis permaneciam vivas.
Um dos motivos pra acusações de bruxaria era a ganância, ficar com os bens das bruxas ou verem-se livres da competição. Os acusadores das parteiras, por exemplo, eram médicos. As viúvas com algumas posses cobiçadas por outras pessoas eram alvo de denúncia. Havia avareza por parte da inquisição. Considerava-se que os bens de uma mulher que tivesse sido denunciada como bruxa e queimada serviam para custear o seu encarceramento, tortura e até a morte na fogueira.
As mulheres do campo queimadas na fogueira por bruxaria eram cristãs de nome, mas se celebrassem os solstícios de Verão e de Inverno e os Equinócios da Primavera e do Outono, se plantassem d acordo com as fases da Lua, se fossem capazes de prever o frio que faria no Inverno, com base no comportamento dos animais e se tivessem conhecimentos superiores aos dos membros do clero, tornavam-se aos olhos da igreja, personificações do diabo.
Tudo isto devido aos seus preparados de ervas medicinais e ao seu conhecimento dos ciclos das estações e das fases da Lua, oriundo da antiga religião do culto da Deusa.
As vassouras eram associadas ás bruxas devido á sua utilização em rituais pagãos de casamento e de nascimento. Em Roma, a vassoura simbolizava a sacerdotisa-parteira Hécate, que varria a soleira da porta para afastar os espíritos maus que podiam fazer mal á criança.

Hécate Preside a Momentos de Verdade

Procurar a verdade em vez de permanecer na ignorância ou na negação ou dizer a verdade em vez de calar são decisões cruciais, de encruzilhada.
Sempre que diz a verdade a outra pessoa, sobretudo se a verdade abala uma premissa, esse momento, torna-se numa encruzilhada. Do mesmo modo, sempre que procura a verdade, Hécate é a sabedoria interior que a preparar para ouvir.
Por vezes pode sentir-se inesperadamente na encruzilhada da Hécate, quando alguém está a dizer ou a fazer algo que a porá numa situação difícil. Pode ser um momento de falar em público ou uma situação em que “calar é consentir”, talvez perceba por si que se trata de um momento de verdade que lhe exige que faça o que sabe ser difícil, mas verdadeiro para sí.
Além do efeito que pode ter sobre a própria situação, estes momentos moldam a alma.
Por vezes, quando sabe que o que está prestes a fazer parece “herético”, surge um temor irracional, uma reacção emotiva que parece antecipar o grito “Bruxas á fogueira!” Trata-se de um medo transpessoal existente na psique das mulheres, um terror de serem rotuladas de bruxas e perseguidas.
Sentir este medo e ainda assim fazer o que tem de ser feito, exige coragem. Tendo em conta as repercussões no campo da energia colectiva feminina, quanto mais mulheres enfrentarem este medo mais fácil será para outras.

·                     Perseïs (Perseis): Destruidora, Filha de Perses;
·                     Brimo (Brimô): A furiosa, a terrível;
·                     Aedonaea (Aidônaia): Senhora do Mundo Inferior;
·                     Trimorphis: Forma tríplice, corpo tríplice;
·                     Trioditis: Da encruzilhada, dos três caminhos;
·                     Enodia: Do caminho, da encruzilhada;
·                     Einodia: Da beira da estrada;
·                     Ennodia: Da beira da estrada (Tessália);
·                     Zerynthia: Do monte Zerintia ( na Samotrácia);
  • Nyctipolus (Nyktipolos): Andarilha noturna;
  • Atalus (Atalos): Delicada, sensível;
  • Chthonia (Khthoniê): Do Mundo Inferior;
  • Curotrophus (Kourotrophos): Protetora das crianças;
  • Scylacagetis (Skylakagetis): Líder dos cães;
  • Core munagenes (Kourê mounogenês): Donzela unigênita;
  • Liparocredemnus (Liparokrêdemnos): Vestida reluzente, diadema reluzente;
  • Anassa eneri (Anassa eneroi): Rainha dos que estão Abaixo (por exemplo, A morte.

 

Tradição Hecatina


A Tradição Caminhos das Sombras é uma Tradição Hecatina. Uma Tradição Hecatina é uma tradição que se baseia nas múltiplas faces de Hécate. Creio que podemos resumir o significado disso nos tópicos abaixo.

1. Relação não hierárquica com o masculino. Todas as tradições diânicas possuem em comum uma relação de hierarquia entre o feminino e o masculino, dando supremacia ao primeiro em detrimento do segundo. Elas são uma reação natural ao patriarcado e suas grandes religiões, nas quais as relações de poder exigem submissão por parte das mulheres. Enquanto essa inversão de hierarquia é muito bonita e muito louvável, ela não ajuda em nada e não reflete o equilibro que vemos na natureza. Diana é uma Deusa que nunca teve um consorte, que nunca admitiu a presença de um consorte masculino. Hécate por sua vez teve inúmeros consortes, ela aceita e celebra a presença do masculino ao seu lado. O mesmo vale para Tiamat e Isis. Nosso caminho Hecatino busca refletir esse equilíbrio e a busca por um masculino curado, atuante, o masculino de Osíris e Apsu. Ainda haverá em nossa tradição lugar para as diânicas e para seus círculos e covens apenas de mulheres? Claro, mas elas também deverão buscar curar suas relações com o masculino, mesmo que optem por não cultuá-lo. E saberão que, apesar de vermos a Deusa como a criadora sagrada, seu filho e consorte não é menos importante do que ela.

2. Foco no desenvolvimento mágico. Hécate é a Senhora da Magia. Não pode haver uma tradição Hecatina que não se foque neste aspecto. Existe a possibilidade de um sacerdócio apenas devocional? Claro, mas desde que a pessoa saiba atuar magicamente se for necessário. Haverá lugar na TCS para aqueles que optarem por se concentrar em sua devoção, mas não haverá lugar para aqueles que não souberem fazer magia e não estiverem dispostos a aprender.

3. Foco na diversidade. Hécate é a Senhora dos Caminhos. Uma tradição Hecatina deve ter espaço para que cada pessoa possa trilhar seu próprio caminho. Sim, haverá um treinamento mínimo para dedicados e iniciados, mas sempre haverá espaço para o desenvolvimento pessoal, para a escolha pessoal. Os dedicados terão um grupo mais ou menos fixo de tarefas, mas são livres para executar essas tarefas da maneira que lhes for mais adequada. Os iniciados também possuem uma série de tarefas, mas dentro dela haverá uma série de treinamentos nos sistemas com os quais a pessoa tiver mais afinidade. Teremos magia de Tarot para os adeptos do Tarot, treinamento rúnico para os que sentirem o chamado das runas. Aqueles que quiserem se dedicar ao sacerdócio de uma divindade específica encontrarão espaço e treinamento neste sacerdócio. Aqueles que quiserem cultuar uma Deusa e um Deus diferente a cada roda também. Haverá espaço e treinamento para os que desejarem fazer magia com Dragões, haverá espaço e treinamento para os que quiserem fazer magia com fadas.

4. Foco no auto-conhecimento. Hécate é a Senhora das Máscaras. É preciso se conhecer para reconhecer suas máscaras e as dos outros. Não haverá espaço na TCS para aqueles que não estiverem dispostos a se engajar em um trabalho sério de auto-conhecimento. Como você pode saber se deseja servir esta ou aquela Deusa se você não se conhece o suficiente para saber o que quer de verdade? Como saber o que a Deusa espera de você se você não sabe quem você é? Como treinar outras pessoas e acompanhá-las pela Noite Escura da Alma se você não fez esse trajeto? Só podemos guiar alguém por caminhos que nós mesmos tenhamos percorrido. Fazer diferente seria uma farsa.

5. Foco no caminho do Meio. Hécate é a Senhora das Encruzilhadas. Ela está de pé nas interseções, nos mostrando todas as opções e nos oferecendo e garantindo a escolha. Vamos então usar dessa dádiva e dessa capacidade para escolher o equilíbrio, para buscar a harmonia. Não serviremos à Ordem, com sua disciplina e hierarquia rígidas. Não serviremos aos Caos que alimenta e engrandece os conflitos. Seremos como as sombras, que são parte da luz e da escuridão, vivendo de ambas, alimentando ambas e garantindo que o equilíbrio seja mantido. Em nossas vidas e ao nosso redor.

6. Foco no conhecimento. Hécate é a Senhora dos Portais. Nada abre mais portas na mente e na vida das pessoas do que o conhecimento. Nenhum conhecimento será proibido aos membros da TCS, aqueles que desejarem o treinamento em qualquer modalidade poderão solicitar e se nenhum dos elders souber nada sobre isso, buscaremos aprender juntos.

7. Foco na ética. Hécate é a Senhora da Tocha. Ela guia aqueles que perdem seu caminho ou que se perdem de si mesmos. A TCS será então um farol para mostrar o caminho aos que estão perdidos e um exemplo, que as próximas gerações seguirão. Se pudermos viver por Ma’at, viver de forma íntegra, honesta, respeitando nossos valores e nos mantendo fieis ao que acreditamos, estaremos pavimentando o caminho para os que nos seguirão. Se treinarmos nossos dedicados e iniciados com propriedade, com coerência, respeito e ética, teremos novas gerações de iniciadores capazes de levar nossos ensinamentos aos quatro cantos do mundo e aqueles por eles treinados permanecerão fieis às sementes que plantamos.

8. Foco na aceitação e na liberdade individual. Hécate é a Senhora da Chave. Abriremos nossas portas aos que nos procurarem, respeitando as diferenças entre as pessoas. Mas todos deverão estar cientes do que buscamos e do que a TCS valoriza. Não hesitaremos em trancar fora aqueles que não estiverem dispostos a respeitar nossas diretrizes e crenças. Valorizamos a liberdade, sim, mas existem limites que não devem ser cruzados se violarem aquilo em que a TCS se baseia.

9. Foco no serviço aos Deuses. Hécate é a Guardiã dos Mundos. Seremos também guardiões para os Deuses, guardaremos seus mistérios, seus ritos, seus templos. Seremos instrumentos para a Deusa e o Deus no mundo e no entre-mundos. E serviremos aos Deuses com o máximo de nossas capacidades, para quaisquer tarefas que eles tenham para nós.


Hécate, a misteriosa Deusa das Trevas e protectora de todos os Bruxos, é a personificação da lua e do lado escuro do princípio feminino. Seu nome é grego e significa "aquela que tem êxito de longe", o que a liga a Diana (Artemis), a virgem caçadora da lua.

Na mitologia, Hécate era filha dos titãs Perses e Asteria, e acreditava-se que vagava pela terra e assombra­va as encruzilhadas nas noites sem lua com uma matilha de cães fantasmagóricos e uivantes.

Como Diana, Hécate pertence à classe das deidades portadoras de archote, sendo retratada portando um, afim de se ajustar à crença de que era a deusa lunar nocturna e poderosa caçadora que conhecia seu caminho no reino dos espíritos. Controlava as fases de nascimento, vida e morte, e dizia-se que os poderes secretos da Natureza estavam sob seu comando.

Embora os cães fossem os animais mais sagrados para ela, Hécate estava associada às lebres na antiga Grécia, como a sua equivalente germânica, a deusa lunar Harek.

(A lebre, de acordo com uma série de hieróglifos egípcios, é um "sinal determinador que define o conceito do ser, e simboliza, em consequência, a existência elementar. Para os antigos chineses, a lebre era tida como animal de augú­rio, e dizia-se que vivia na lua.)

Na arte, Hécate é muitas vezes representada como uma mulher com três cabeças, com serpentes sibilantes entrelaçadas em seu pescoço.
Por essa razão, ela é chama­da de Triforme —símbolo que pode estar ligado aos três níveis. Nascimento, Vida e Morte (representando o Passa­do, o Presente e o Futuro) e à trindade da Deusa Tripla: Virgem, Mãe e Anciã.

Hécate é uma poderosa deidade lunar, e todos os rituais realizados em sua honra devem ser feitos:
- à meia-noite,
- em noites sem lua
- ou ao nascer da lua do dia 13 de Agosto, o principal festival pagão de Hécate.


O RITUAL

Antes de começar a invocação e o ritual, escolha um local retirado numa clareira escura, calma e cercada de árvores, e trace um círculo de pedras com cerca de 3 a 4m de diâmetro.
No ponto norte do círculo, monte um pequeno altar.
Coloque um símbolo da Deusa (alguma estatueta ou figura feminina, por exemplo) no topo do altar e acenda um incenso de olíbano, mirra ou jasmim diante dela.
A esquerda do símbolo da Deusa, coloque uma vela preta e um cálice com vinho branco.
À direita, outra vela preta, um punhal consagrado, um sino de latão, uma tigela com água e um prato com sal marinho.
Velas elementais bran­cas deverão ser colocadas nos pontos leste, sul e oeste do círculo.
Uma vela elemental representando o norte deverá ser colocada por trás da figura da Deusa no altar.
A Alta Sacerdotisa (ou o Solitário) acenderá as velas e, então, abençoará a água, mergulhando a lâmina do punhal na tigela com água, dizendo:

EU TE EXORCIZO,
OH CRIATURA DA ÁGUA,
SOB O NOME DIVINO DE HÉCATE E RETIRO DE TI
TODAS AS IMPUREZAS E ESPÍRITOS IMUNDOS.
ASSIM SEJA.

A Alta Sacerdotisa colocará a ponta do punhal no sal e o purificará, dizendo:

ABENÇOADO SEJA ESTE SAL
EM NOME DA DEUSA HÉCATE.
QUE TODA A MALIGNIDADE E TODOS OS OBSTÁCULOS
SEJAM AFASTADOS DAQUI PARA A FRENTE
E QUE PENETRE TODO O BEM.
ASSIM SEJA.

O punhal voltará para o altar, e o sal será, então, despejado na tigela com água.
A Alta Sacerdotisa traçará o círculo com a sua espada na direcção destrógira, dizendo:

EU TE CONJURO, OH CÍRCULO DE PODER,
PARA QUE TU SEJAS UM ANEL DE PROTEÇÃO
QUE PRESERVE E CONTENHA O PODER QUE SURGIRÁ DENTRO DELE,
UM ESCUDO CONTRA TODA A INIQUIDADE E TODO O MAL
PARA O QUE TE ABENÇOO
E CONSAGRO EM NOME DE HÉCATE,
DEUSA DAS TREVAS,
DEUSA DA LUA.

A Alta Sacerdotisa acenderá um fogo no centro do círculo e colocará sobre ele o caldeirão pintado com símbo­los lunares e cheios de uma mistura perfumada de água da fonte, óleo de rosa e mel.
A bebida deverá ser colocada para ferver e, então, a Alta Sacerdotisa adicionará uma pitada de pedra lunar em pó, penas de corvo preto, um pouco de geada colhida à luz da lua e plantas místicas governadas pela lua: erva-moura e lunária.
(Os ingredientes originais do caldeirão na antiga versão do ritual de Hécate falava nas vísceras de um lobo juntamente com os outros mencio­nados; entretanto, esse ingrediente foi omitido na versão moderna, pois seria extremamente difícil, além de perigo­so, de ser obtido pelo Bruxo.)

Após todos os ingredientes terem sido colocados, a mistura fervente será mexida com um galho seco de olivei­ra.
A Alta Sacerdotisa ficará de pé diante do caldeirão, voltada para o norte, com os braços estendidos, e dirá:

EU VOS CONVOCO,
OH FORÇAS INVISÍVEIS DA NATUREZA,
A SE REUNIREM EM TORNO DE MIM NESTE CÍRCULO,
POIS NA HORA MÍSTICA DA NOITE
INVOCO A DEUSA ESCURA
DA LUA.
INVOCO E CONJURO A TI, HÉCATE,
DEUSA DO SUBMUNDO
E PROTETORA DE TODOS OS BRUXOS.
VEM AGORA PARA ESTE CÍRCULO DE FOGO,
POIS EU REALIZO ESTE RITUAL
EM TUA HONRA.

Todo o coven deverá ajoelhar-se diante do altar, vol­tado para a imagem da Deusa, enquanto a Alta Sacerdo­tisa tomará o cálice de vinho com ambas as mãos e dirá:

EM TUA HONRA,
OH GRANDE DEUSA HÉCATE, EU FAÇO ESTA LIBAÇÃO E TOMO ESTE BRINDE.

A Alta Sacerdotisa derramará algumas gotas de vi­nho no chão diante do altar, como oferenda à Deusa.
Levará o cálice aos lábios, tomará um gole do vinho e o entregará ao Alto Sacerdote, que beberá um pequeno gole e o colocará de volta em seu lugar no altar.
Ele pegará o sino e o tocará três vezes, enquanto a Alta Sacerdotisa segurará o punhal com a mão direita, apontará com ele o céu, dizendo:

NESTA HORA ESCURA E MÍSTICA DA NOITE A DEUSA HÉCATE REINA SUPREMA E EM TEU NOME EU LOUVO AGORA:
EU TE SAÚDO, OH HÉCATE! EU TE SAÚDO, OH HÉCATE! BENDITA SEJAS!

A Alta Sacerdotisa beijará a lâmina do punhal e o colocará de volta no altar, enquanto o coven repetirá o cântico:

EU TE SAÚDO, OH HÉCATE! EU TE SAÚDO, OH HÉCATE! BENDITA SEJAS!

Em seguida, todo o coven deverá relaxar e meditar sobre a imagem da Deusa.
Poderão ser entoadas músicas folclóricas em sua honra ou recitadas poesias místicas nela inspiradas.
Após o término do ritual, o coven agradecerá à Deusa pela presença, e a Alta Sacerdotisa desfará o círculo com a espada em movimento levógiro.

Ritual de Proteção de Hecate, A Senhora da Noite - Junior Nonato


 Este Ritual é basicamente como um Escudo de Hecate, você deve mentalizar que tipo de proteção deseja, contra o que deseja se proteger, depois de feito isso, pode dar início ao Ritual!

Materiais:
1 Espelho Negro;
2 Velas Negras e uma Branca;
Incenso de Mirra.

Preparando:
É sempre bom você levantar o Círculo Mágico antes dos seus Rituais, até mesmo como uma proteção a mais! Se você quiser, pode realizar este Ritual com vestimenta negra ou despido. Se sua intensão for realmente séria, chame Hecate para participar do Ritual dando sua força e presença.
Sente-se em um lugar calmo e escuro, de preferência em noite de Lua Nova, limpe o local que será realizado o rito de proteção e deposite o espelho à sua frente, as duas velas negras ao lado do espelho (uma em cada lado) e a vela branca na frente do espelho. Acenda o incenso e as velas, olhe fixamente para o espelho refletindo sua alma dentro dele, erga as mãos para o céu e dê sequência com o ritual!
Quando acabar, deite-se e fique murmurando palavras de proteção, deixe as velas e o incenso queimarem até o fim!
 

O Ritual:
Ó Hecate, senhora da Noite e da Escuridão, você que vaga pelas Florestas Sombrias assim que Nix cobre a cúpula celestial com seu manto negro.
Rogo a ti, velha anciã da magia, senhora dos espectros, poderosa Lua Nova, que me proteja de todos os que querem fazer mal a mim e a Arte, me transforme em Cérbero, sua fiel companhia para que eu possa aprender e partilhar de seus segredos.
Eu te chamo nesse instante Grande e Poderosa Lua Nova para que me traga força nesse rito sagrado de proteção, tu que és filha dos Titãs sabe tão bem quanto eu que sem sua força o que pretendo não será realizado! Eu te chamo ó Grande Lua Nova, me conceda a tua presença!
Que assim seja!



CONSAGRAÇÃO DO ÓLEO DE HÉCATE

Vai precisar de:

- Recipiente para óleo (jarros ou potes de vidro para guardar os óleos, porque vidro não acumula odores e é facilmente lavável).
- Arruda, olíbano e mirra (como essências, óleos ou ervas secas).
- Seiva de alguma árvore da sua preferência (pode ser colhida ou comprada).
- Um vidro grande de óleo-base (esse óleo pode ser mineral, semente de uva ou de amêndoas).
- Tantas lagartixas quantas forem as formas de Hécate (três pelo menos). As lagartixas podem ser compradas secas em lojas especializadas ou mesmo pequenas lagartixas de borracha ou bijuterias com esses motivos. Outra alternativa é imprimir imagens de lagartixas e cobri-las com plástico adesivo transparente para as conservar e adicioná-las ao óleo.

Na noite escolhida, crescente ou cheia, purifique os ingredientes com a fumaça de incenso (arruda ou olíbano). Misturar as ervas e essências num recipiente maior de vidro ou já no frasco definitivo. No final, acrescente o óleo e misture. Colocar as mãos sobre o frasco e projetar a sua energia mágica nele enquanto diz:

            Acrescento os ingredientes enquanto proclamo a rima ancestral
            Hécate dos Caminhos, abençoe as ervas e óleos deste ritual
            Mirra eu adiciono para a antiga magia invocar
            Olíbano serve para o poder mágico se multiplicar
            Arruda sela este óleo trazendo proteção
            Lagartos acrescentam sua bênção
            Tudo isso devo adicionar enquanto o céu está enluarado
            Porque Hécate se faz presente e traz Seu poder ilimitado
            Bênçãos tríplices meu óleo conterá
            Bênçãos de Hécate para meu altar


Colocar o óleo para receber a energia da lua. Encerrar o ritual ou prosseguir para outras consagrações.